Páginas

domingo, 14 de novembro de 2010

POEMA DOIS MENINOS


DOIS MENINOS

Em determinada aldeia
Um par de ternos meninos
Casas, caiadas não era feia
Eram bonitos e ternos os bambinos
De mãos dadas nas ruas passeavam
No sítio onde se havia de erguer a escola
Caboucos abertos, a água grassava
Encimada por lâminas de gelo
Com ele o par de meninos brincava
A candura, a inocência
Nos seus corações, o calor morara
Amavam e obedeciam aos pais
Depois o par voltava
Cordel a fazer de cinto
O miúdo as calças apertava
Sapatos da cor da pele
Além da candura, o par usava
Um dia ao aproximar-se o Natal
Disse ela, podemos pôr o sapatinho
Na chaminé, nunca praticámos o mal
Sabes?
Dos de usar aos Domingos, na noite de Natal
Dizem que Jesus com saco aos ombros
Desce as chaminés a contemplar do seu bornal
Os meninos bonzinhos
Que obedecem aos pais como nós afinal
Disse ele:
Disse o meu pai, mesmo no Natal
Jesus só desce chaminés alvas
Famílias de ricaços
Mesmo que pedantes e marialvas
Conversaram, aposta feita, isto é:
Na noite fria de Natal os sapatinhos
Puseram na chaminé
Ela no sapatinho encontrou cinquenta centavos
Pais pobres, talvez mais ternurentos
Ele sapato vazio, sem prendas nem avos
Era assim nesses tempos, ele e ela
Nesses tempos dos centavos

Daniel Costa

4 comentários:

  1. Oi, Daniel

    Que coisa linda!
    Emocionante!

    Beijos.

    ResponderEliminar
  2. Que poema mais lindo, Daniel querido!
    Beijos********

    Quanto mais envelhecia, quanto mais insípidas me pareciam as pequenas satisfações que a vida me dava, tanto mais claramente compreendia onde eu deveria procurar a fonte das alegrias da vida. Aprendi que ser amado não é nada, enquanto amar é tudo (...).


    O dinheiro não era nada, o poder não era nada. Vi tanta gente que tinha dinheiro e poder, e mesmo assim era infeliz.


    A beleza não era nada. Vi homens e mulheres belos, infelizes, apesar de sua beleza.


    Também a saúde não contava tanto assim. Cada um tem a saúde que sente.


    Havia doentes cheios de vontade de viver e havia sadios que definhavam angustiados pelo medo de sofrer.


    A felicidade é amor, só isto.
    Feliz é quem sabe amar. Feliz é quem pode amar muito.
    Mas amar e desejar não é a mesma coisa.
    O amor é o desejo que atingiu a sabedoria.
    O amor não quer possuir.
    O amor quer somente amar.

    Do Amor - Hermann Hesse

    Tenha um Bom Dia
    Renata

    ResponderEliminar
  3. *
    tempos antigos,
    que vão nascendo,
    aqui e ali,
    no meio de tantos milhões,
    sugados ao Povo !
    ,
    conchinhas,
    ,
    *

    ResponderEliminar
  4. Parabéns pelo poema, ótima terça-feira a vc
    BeijoS

    ResponderEliminar