Páginas

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

POEMA DEZOITO DE MARÇO


DEZOITO DE MARÇO

Desejo assinalar o dia e faço
Na liturgia o de S. Gabriel
O dia dezoito de Março
Uma permanente bátega chovia
Em mil novecentos e sessenta e nove
Faz quarenta e um anos neste dia
Em dois mil e dez que segue a outro nove
Um dia de céu medonho
O nascimento da filha
Além de outros, foi sonho
A vida, a felicidade
Em dia de bom augúrio, porém céu medonho
Nesse dezoito de Março
Dia de S. Gabriel o céu assemelhava-se ao inferno
Parecia o mundo feito num pedaço
Jamais esqueci
Tudo, mais o que nem tive tempo de saborear
Continua o sonho que a meio vivi
O sonho continua divino
Cantarei parabéns
Como se fora eu menino
Sempre a dezoito de Março
Assinalo o feliz acontecimento
Eis o que faço
Recordar com galhardia
O dia dezoito de Março
Do céu choveu todo o santo dia
E o sol brilhou no coração, naquele espaço

Daniel Costa


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

POEMA CINCO IRMÃS


Mar da cidade de Peniche, meu Oeste natal

CINCO IRMÃS

Amar mulheres não é ilusão
Convivi com cinco irmãs
Um gosto de sorte e sensação
Apenas mulheres
Na minha descendência foi condão
Se já sou eterno optimista
Vivo satisfeito com esta bênção
A mulher pode sempre contar
Com o meu respeito
Sem sombra de ilusão
A mulher para mim será ternura
Sempre abertura do coração
Será sempre um ser
Como se fora um ser irmão
Ainda conto com um
Sem falar do que morreu, embora são
Uma inteligência
Que se suicidou num dia de Verão
As irmãs morando distantes
A todos se juntam em confraternização
Promovem-se almoços
Onde existe sempre a palavra união
Assim é como amar a mundo
A flor mulher é sempre motivo de satisfação
Amando todo o mundo
É simples amar diferente, só a mulher do coração
A mulher eleita, é deveras amada
A mulher de outra emoção
Cinco irmãs, um gosto
A que se juntam, como fado e condão
As da descendência
O gosto é vivido, não é ilusão

Daniel Costa

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

POEMA FELINA MULHER


FELINA MULHER

Camuflará doçura
Numa prosa poética
Suave a presumir ternura
Como aprecio viajar
Quis e fui ver perto
Num transatlântico viajei por mar
Observei Felina
Aquela mulher sensível
Que se apresente sensual e fina
Que se encolhe
Para esconder seu jeito de menina
Junto ao mar de Belém do Pará
A Mulher Felina
A adorar os filhotes ali está
Dá gosto ler o que escreve
Nas horas que dedica a esse maná
Adora-se a sensibilidade de Felina Mulher
Encolhe-se, na brisa do mar de Belém do Pará
Conhecem-se os cabelos
Da bonita mulher, do melhor que há
Sua beleza interior
No e como escreve mostra
Apresenta esse pendor
Analisando bem
Faz jus ao nome da cidade onde mora
No norte do longínquo Brasil, Belém
A bloguista Felina
É, não duvidemos, mulher de bem
Felina Mulher é sincera
A sua escrita agradavelmente bonita
Está muito para além de uma quimera
A maresia da costa de Belém
Reconforta quem
Quem se apresenta pessoa sincera

Daniel Costa

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

POEMA PORQUÊ


PORQUE?

Não sei eu nem vocemessê
O mundo gira sem parar
Sem encontrar azimute, porquê?
Se nos referimos a incompetências
Da política é o que se vê!
Tantos amigos, tantos assessores
Paga sempre o povo
Que dizem ser soberano senhores
Antes de votar, promessas, aliciantes sim
Soberano só se for para desmandos e desamores
Imensos gestores de quê
Se as Ruas não têm trabalhadores
Legisladores para mostrar algum trabalho
Para quê, onde estão os fiscalizadores?
Mesmo que o poeta pareça incómodo
Deve reclamar dos governadores
Porque não cambiar seus salários
De magnificentes senhores
Pelo mínimo
Pelo mínimo de muitos trabalhadores
Pelos mínimos do que têm como elevados
Dos que afinal muito trabalharam
Para serem mal amados
Dizem-se governantes do povo
E o mundo gira, como velho moinho
Apenas mediocridade, nada de novo
Para fruir do suor do povoléu, do plebeu
Prescinde-se de provas
Basta o diploma, o cartão do partido seu
Eis o nosso mundo falido
Com a mediocridade de quem aufere do meu
Pelo menos reduzam o número dessa
Reflictam tenham siso, têm idade para não brincar
Digam verdades ganhem juízo

Daniel Costa
Foto: Daniel Costa


domingo, 26 de dezembro de 2010

POEMA Ó ELIZAMA


Ó ELIZAMA

Uma mulher feia tem quem a ama
E uma mulher bonita?
Mulher tão bonita como Elizama?
Será mais fácil encontrar
Quem a adora e ama
Para se pretender amar
Um coração bonito como o de Elizama
Coração aberto como o mar
O mar sonha-se na cidade de Natal
Natal do Rio Grande do Norte
Grande como o seu extenso areal
Natal na costa norte onde tudo é azul
Azul como o seu mar
Do espaço dominada pelo cruzeiro do sul
Atravessando o oceano
Pode chegar-se e esse longínquo Natal
Onde trabalha e mora não há engano
Na área da saúde, esse mundo
Carecido de ser muito humano
Como Elizama, mulher de amor profundo
Amar e sentir a ternura dessa mulher
É conhecer um melhor mundo
É na cidade de Natal que se ama
No Rio Grande do Norte
A bonita mulher e mãe Elizama
Onde se sente o cheiro da maresia
Na área também designada por sol
Onde este bafeja o mar e o areal todo o dia
Os deuses sol e mar se espraiam como num lençol
Onde a interessante, a bonita Elizama
Irá observar e palpitar
A felicidade de quem a ama
Ó mar brilhante límpido, azul
Ó bela de nome invulgar Elizama

Daniel Costa


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

POEMA A VELHINHA



A VELHINHA

Adorava dançar o baião
A velhinha ainda era mexida
Atrevida, como fazer então?
Idosa, ares de vedeta muito meiga
Os peros que tinha à mão
Distribuía pelos netos
Ela e eles mostravam satisfação
Todo o mundo adorava a velha
Sempre alegre, chamava a atenção
O diabo da velhinha
Não deixava de sonhar com o baião
Sempre alegre, vivia
Se lhe ofereciam um copo de vinho
Não bebia, sempre respondia
Do mundo do filho dispunha
Um mundo que fora dela, ali vivia
Uma casa muito bacana
Apetrechos do campo possuía
Tinha uma pequena adega
Cascos com vinho havia
Na sua disposição
Jamais se mexia
Aconteceu mudança, arrumação
Viraram os cascos naquele dia
Estava um furo tapado com um torno
Apareceu a fonte onde a velhinha bebia
A explicação era esta
Para tanta folia
Que a simpática velhinha
Ainda que já alcachinada exibia

Daniel Costa


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

POEMA SERENATA


SERENATA

Esta “picolíssima” serenata…
Aos Domingos havia sossego
A enxada deixava de ser bravata
Nos finais dos anos cinquenta
Esta picolíssima serenata…
Eram assim os Domingos
Era assim a semanal serenata
À noite rodava a bicicleta
Para uma noite menos pacata
A caminho de algum bailarico
Esta “picolíssima” serenata…
Cantada ou tocada em todos os bailes
Onde era a inevitável nata
Pares rodopiavam, alguns pediam
Esta “picolissíma” serenata…
A música italiana fazia furor
Como se fora tonificante
Dançada calmamente, ou com ardor
Anos cinquenta, os meus dezassete anos
Depois de uma semana a cavar com fervor
Ainda que do grupo dos maiores
Aos Domingos nem tinha esse favor
Não mentia, escapulia
Esperava no outro dia o desamor
Até que um dia o pai disse:
Nada faço, ficas com a loucura desse sabor
Tens dezassete, és um homem, podes ir
Matarás sempre o bicho* comigo
Não quero saber se vens tarde, tens de convir
O trabalho não se pode compadecer
Com o pouco tempo que tenhas para dormir
Esta “picolíssima” serenata…
Venceu o muito querer
Esta “picolíssima” serenata
Soava a aventura vencida
Porque não a uma sonata?

Daniel Costa

* mata-bicho: espécie de pequeno-almoço, antes do nascer sol, composto por chouriço ou toucinho, assado, entre outros comestiveis e um copo de água-pé.



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

POEMA NOITES DE LISBOA



NOITES DE LISBOA

Nasci para a vida do nada
Sem nada Lisboa me viu
Lutei dia, noite e madrugada
Lisboa em toda a hora é fascinante
Por ora tanta noitada?
Não redundará em que a idade
Traga velhice desgraçada?
É tão bela a noite na cidade!
Se for vivida espaçada
Não será para sempre vivida
Para sempre amada?
Vivemo-la umas vezes na chamada Doca
Levemos a namorada
Ali junto ao grandioso Tejo
Outro dia ao Bairro Alto
O amor a acompanhar é benfazejo
Trocar todos os dias pelas noites
Pode ser vício, desejo!...
Olhemos os anos sessenta
A economia não proporcionava
Essa loucura sedenta
Apenas nos fins-de-semana
Podia haver uma vida ternurenta
Teremos de repensar sem agoirar
As bonitas noites de Lisboa
Por nosso mal as teremos de amainar
Noites de Lisboa bendirão sempre a cidade
Onde mora o fado
Ambiente de beleza em toda a idade
Noites de Lisboa com a doca e fado antigo
Também mora no Bairro Alto
Em comunhão de amigo

Daniel Costa


domingo, 19 de dezembro de 2010

POEMA NAELA


NAELA

Uma mulher bela
Mora na nevoeirenta Londres
É a elegante e bonita Naela
Quem a vê parece-lhe azougada
Quem a conhece e fala
Fala com uma mulher terna e delicada
Apaixonada pela sua cidade, Lisboa
Muitas vezes sente-se
Em Londres a saudade soa
Pela bendita e solarenga capital
A cosmopolita Lisboa
Como cidade mais pequena
Não fará mulheres grandes
Trabalha na cidade do Big –Ben serena
Sendo do signo balança
Embora de mente impulsiva
Tem serenidade e delicadeza de criança
Feminina sensual e azougada
Pela sua prosa diria irreverente
Será fruto de mulher delicada e amada
Assim é a sensível Naela
Essa mulher idolatrada
Em Londres é consultora
Ao seu trabalho dedicada
Naela é uma grande senhora

Daniel Costa


sábado, 18 de dezembro de 2010

POEMA FESTA DA VIDA


FESTA DE VIDA

Façamos da vida uma festa
Chilrear como um bando de pardais
Vê-la sempre a florir como giesta
Voltear com a alegria da andorinha nos beirais
Felizes como se como se escutássemos uma sinfonia
Vivamos sempre com a alma em festa
Que da vida seja feita uma melodia
Que cada dia seja vivido
Como se não viesse amanhã novo dia
Porém esse amanhã virá
De novo com ele a dança, a sinfonia
Viver amores, sempre com ardores
Raiará sempre novo dia
Eterno todo o amor do mundo
Que nos fará escutar a melodia
De novo regressará a andorinha
É primavera, será nova aurora, nova sinfonia
Chilrearão os pardais, os pássaros
Alegremo-nos com a aurora de um novo dia
Dancemos alegremente
Ao som da eterna e sempre renovada melodia
Cantemos eternamente
Volteemos com generosa alegria
A vida é simples
Se andarmos sorridentes todo o dia
Se a amarmos no nosso semelhante
Se vivermos com o amor em sintonia
Semeemos o calor do amor
O retorno será sempre a alegria
Amar a vida é uma festa
Uma giesta em flor, uma melodia

Daniel Costa


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

POEMA RACHEL


RACHEL

No longínquo e enorme Canadá
A eloquente poetisa Rachel
É onde mora e está
Ler, reler, a sua poesia voltar a visitar
Conforto daí advirá
Sensualmente atrevida
Escrever desse modo será ritual
Tal como a própria vida
Rachel não é uma mulher banal
A sua mente irrequieta
Torna-a muito diversa e espiritual
Uma mulher de doçura
Boa educadora
Sua mente desperta ternura
A mente de Rachel
Como amuleto usa uma bruxa fada
É como uma Torre de Babel
Para a vista a alcançar usa luneta
A sua fértil mente
Esvoaçará como uma borboleta
Mente voadora
A sua poesia apresenta-a
Invariavelmente como mulher sedutora
Uma vida que não será
Céu para a mulher educadora
A mulher terna
Que dá pelo nome de Rachel
Deveria ter da vida
Não um certo sabor a fel
Mas vida doce
Saborosa como mel
Vejo assim a amiga
A versátil mulher Rachel

Daniel Costa

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

POEMA OLHOS DE MEL


OLHOS DE MEL

Olhos de Mel assenta bem
Tem de concordar
Quem neste mundo se detém
À poetisa Lúcia Laborda
Mulher terna também
Sendo interessada na arte
A sua descrição
Não deixará antever essa parte
Descrição talvez por morar
Num afamado mundo à parte
Em Salvador da Bahia
Um baluarte de população, dos maiores
De população a nível mundial
De que Olhos de Mel é parte
Para ele contribui com a sua doçura
À família a dedicará
E a transformará num lar de ternura
Inebria a alma
Contactar a sua terna poesia
Que tranquiliza e acalma
Olhos de Mel ou Lúcia
Na sua elegante poesia
É mulher moderna e lúcida
Assim como uma fada
Uma fada terna e sensual
Sonhadora neste mundo
O mundo actual
A mulher que adoptou
Olhos de Mel
Vem fazendo jus
A um mundo de paleta e pincel

Daniel Costa

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

POEMA MARIA JOÃO



MARIA JOÃO

“Chorou na barriga da mãe”
Dito popular que várias vezes escutei
Aconteceu-me ouvir esse choro também
Ouvi sempre proferido
A mencionar a sorte de alguém
Fiquei alertado quando me sucedeu além
Era o meu próprio sangue
Num ser a quem já queria bem
Viria ser a Maria João
É bonita, pois filha, comigo parecida!
A mãe Maria João é um gosto de filha então
Esse nome de uma criatura nascida em Lisboa
Na capital nascer foi um gosto
Gosto o nascimento e o morar em Lisboa
João eram ambos os bisavós
Outros antecedentes tem, o nome não nasceu à toa
A filha é bonita
Deveria ficar com apelido Lisboa
Olhando vetustos bairros
Sonharia com um mais recente, a Madragoa
Para que mais se distinguisse
Das muitas outras da minha e sua Lisboa

Daniel Costa

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

POEMA ARICANGA

Gabela
ARICANGA

Não é bairro de lata
Ali todo o mundo labuta
Trabalha na grande libata*
Aricanga aldeia grande e bela
Está na planície
Periférica da Cidade da Gabela
Onde aos Domingos ao cinema ia
Cinema para pretos era onde ia ela
Vinha do bairro Sousa aquela mulher
Uma mulher bela
Era o tempo da famosa “Copanera”
Com emoção dei a mão a ela
De mãos dadas vimos o filme a “Violetera”
Na Cidade de Gabela
No espaço a Rapariga das Violetas era
Que felicidade ter companhia tão bela
Não sendo xenófo ou fundamentalista
Via a perfeição nela
Que bonita mulher meu Deus!
No Amboim das planícies dos arimbos** de café
Cidade da Gabela vieram plebeus
Deixei aquela menina dos meus olhos
Vieram outros mundos
Outros mundos, outros escolhos
Acabou ali o derriço com a mulher bonita
A menina dos meus olhos

 

Daniel Costa

*Libata: fazenda de cafeeiros
** Arimbo: fazenda de cafeeiros

sábado, 11 de dezembro de 2010

POEMA JACQUE


JACQUE

Questionaram-me um dia
Sobre várias interessantes mulheres
Por exemplo como a Jacque classificaria
Cismei, pensei a cabeça abanei
Responder queria então, o que diria?
Na cidade de Porto Alegre pairei
Que ela estava ali no sul sabia
Saber mais investigar tentei
Encontrei a Jacque artista
A mulher de muitas preferências
Não me parece, por vezes, optimista
Nem me parece muito sedutora
No entanto romântica por natureza
Distribui amizades como grande senhora
Mente desconcertante
Deixa antever paixão pelas artes
Um mundo que por certo é amante
Essa mulher interessada
Em actividade, uma mulher interessante
Pensa na poesia, num mundo de fadas
De magia, esse mundo que desejaria brilhante
Imagina-o revolucionário
Cultivará essa bela loucura
Ainda que não passe do imaginário
A própria revolução
Acaba por tragar o seu legionário(a)
No fundo apreciando a Jacque
Uma alma de mulher revolucionário(a)
Será acarinhada e apoiada
Porque é mulher extraordinária

Daniel Costa

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

POEMA ANGELA



ANGELA

Deambular pela grande metrópole um regalo
Imaginar o Padre Manuel da Nóbrega
É imaginar porque se criou a cidade de São Paulo
É pensar na Ângela, essa mulher sensata
Vesátil como muitas outras
Com uma pequena dose de loucura que me é grata
Fascinado eu pela cultura do Brasil
Essa mulher sensível, timida e timorata
Apresenta vários poetas do país imão
Como o Drummond, o Mário Quintana toda a nata
Sua versatilidade leva-a apresentar
Escritores menos ouvidos, como numa serenata
Angela é como dissesse enfim:
A minha personalidade parece muitas
Serei mesmo assim
A sua caminhada continurá
Sabe como foi o principio
Não sabe como vai caminhar, o rumo que seguirá
boa concretização
Para Ângela seria maná

Daniel Costa