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sábado, 28 de agosto de 2010

POEMAS UM HOMEM SÓ


LISBOA DO TEJO

Nos meus doirados
Anos sessenta
Abril o turismo a dar brados
Cheguei ao céu sonhado
A Lisboa do meu eu
Da janela do meu quarto
Na casa onde morava
Era Zeus, ou um Zeu
Avistava o Tejo
Via o Rio benfazejo
No Bairro da Graça
Rua bem comprida
Como se fora desejo
Pouca gente passava
Santa Engrácia
Calçada do Monte
Luzes em noite de breu
Portas de Santo Antão
Teatro Dona Maria
Mês em que este ardeu
A desgraça via
Deus meu!
Olha a D. Amélia Colaço!
A Liberdade subia
A Avenida a trazia
Parque Mayer, Café Lisboa
Pedaços do meu sonho
Não apareciam à toa
Sonho de um dia
Concentrado
Nos artistas, que via
Max,
Paulo Renato,
Francisco José
Tristão da Silva
António Mourão
Mais velhos do que eu
Do tempo de então
O dos capilés
Das limonadas
Das salsaparrilhas
Tudo com soda, como refresco
Saborosos licores de controlo
Ginja com ou sem “nellas”
Como dizia o espanhol
Eduardino,
Timpanas registado
Da designação desviado
Lisboa do fado
Fado vadio
Cantado nas baiúcas ao desafio
Alfredo Marceneiro
António dos Santos
Não o carpinteiro
Mais sofisticação
A Amália Rodrigues
Popular a Hermínia Silva
Perpetuava a velha “Tendinha”
Mais a Popular Ginjinha
Templo onde iniciei
Razão porque a queria como minha
O Café Lisboa o Parque Mayer
A velha Lisboa,
O fado e a ginjinha

Daniel Costa

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