Mãos calejadas
Era assim no passado
Resultavam de foices e enxadas
Enxada nas mãos de sol a sol
Não era figo maduro
Tanto nas sementeiras do pão
Como cavar à mão era dar no duro
E cavar vinha à ala?
Mantear para nova vinha plantar?
Era como abrir uma vala
E as mãos calejadas?
Calos cortados à navalha
No começo de cada dedo ainda
Há testemunho, um sulco, uma sala
Cavar vinha, ou ceifar como autómatos
Em cada homem um mundo
Um golpe, de uma enxada
Num mundo, também ele, de enganos
Tapava terra não arada
Bastantes diplomas de medalhas
As mesmas amadas e guardadas
Porém não representam mãos
Calos aparados, com navalhadas
Ainda apresentam os sulcos
Medalhas gravadas
Apenas morrerão amortalhadas
Gravaram-nas cabos
De foices e enxadas
Vidas passadas e vividas
Vidas cheias, por vezes recordadas
Daniel Costa
Oi, Daniel.
ResponderEliminarBoa semana p/ vc.
Beijos.